sexta-feira, 9 de outubro de 2009

BARACK OBAMA, PRÉMIO NOBEL DA PAZ 2009



"Quando uma esperança nasce há que saudá-la conforme o seu merecimento, e este parecia não ter limites.É possível que comece a dizer-se que o Prémio Nobel da Paz foi prematuro, mas não o é se o tomarmos como um investimento…Graças a ele talvez Obama ganhe ainda maior consciência de quanto o necessitamos."




terça-feira, 28 de julho de 2009

O IDEAL NEOLIBERAL E A SUPOSTA SOCIEDADE DO MÉRITO

A sociedade do mérito só poderá implantar-se quando essa sociedade proporcionar a todos uma igualdade de oportunidades. Na verdade, na sociedade actual singram, grosso modo, não os que têm mais mérito para… mas sim os que têm mais oportunidades para….
Assim, quando a sociedade puder garantir a todos a mesma igualdade de oportunidades que, como sabemos, são negadas a muitos logo à nascença, aí sim, será legítimo falar e promover a sociedade do mérito. A criação deste modelo de sociedade neoliberal só fará sentido quando estiver implantada a sociedade da igualdade de oportunidades.

O OBJECTIVO ÚLTIMO DO SER HUMANO

“(…) quanto mais vejo o mundo, mais claro se torna que qualquer que seja a nossa situação, quer sejamos ricos ou pobres, educados ou não, qualquer que seja a nossa “raça”, género, ou religião, todos desejamos ser felizes e evitar o sofrimento. Todas as nossas acções intencionais podem ser vistas como respostas à grande questão com a qual todos somos confrontados: como alcançar a felicidade?[1]

[1] Dalai-Lama In Ética para o Novo Milénio, Circulo de Leitores, 1999.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

"O QUE TEM COMEÇO, TEM FIM." (Maquiavel)

Este post marca o fim de um curto ciclo de aprendizagens no âmbito da unidade curricular de Tecnologia Educativas. Tendo este Blog surgido nesse contexto, este funcionou como plataforma para algumas reflexões sobre várias temáticas relacionadas com o mundo tecnológico assim como para publicação de alguns trabalhos.
Fazendo um pequeno balanço da unidade curricular, penso que as aprendizagens aqui adquiridas traduzem-se numa mais-valia para os futuros professores. Estas, como já fui referindo ao longo deste Blog, promovem um sistema de ensino-aprendizagem mais motivante, mais criativo, mais diversificado e mais aprazível. Não podemos esquecer que o objectivo último do ser humano é atingir a felicidade. Sem esta, tudo o resto deixa de fazer sentido, torna-se inútil.
Resta-me deixar os meus agradecimentos à docente da unidade curricular, a Prof. Doutora Maria João Gomes, assim como a todos os meus visitantes.

A DESPEDIDA NÃO É O FIM...É ANTES O INÍCIO DE UMA NOVA PARTIDA.
ATÉ SEMPRE!

A WEBQUEST, A PROCURA DE UMA SOLUÇÃO INTERMÉDIA

Como já foi referido em posts anteriores, não é possível negar que a sociedade em geral e os jovens em particular estão rendidos às novas tecnologias, sobretudo as relacionadas com a WWW. Esta ferramenta informática permite aceder de forma rápida a uma multiplicidade de fontes de informação, sendo que esta pode ser boa ou má, positiva ou negativa. Conscientes desta realidade, e perante a necessidade de orientar os jovens na pesquisa, exploração, selecção e tratamento dessa informação, criou-se a WebQuest. Aliás, contrariamente a outras ferramentas digitais anteriormente abordadas, esta foi criada a pensar no sistema educativo. Esta estratégia educativa foi criada em Fevereiro de 1995 pelo Professor da Universidade de São Diego, Bernie Dodge, em colaboração com o seu ex-aluno Thomas March.
Para desenvolver uma WebQuest é necessário criar um
site que pode ser construído com um editor de HTML, serviço de blog ou até mesmo com um editor de texto que possa ser salvo como página da Web. A WebQuest, para ser considerada como tal, deverá constar de uma Introdução, Tarefa, Processo, Recursos, Avaliação e Conclusão.
Como já ficou claro com o Magalhanês, se é um facto que as novas tecnologia são imprescindíveis nos dias de hoje, estas não devem ser excluídas nos primeiros anos da aprendizagem. Os alunos devem ser educados, o mais precocemente possível, para a sua correcta utilização. Eles devem ser sensibilizados, não só para as suas potencialidades no seu processo de aprendizagem, mas também para os seus perigos. Ficou também claro que, não obstante essas necessidades, não devemos cair em radicalismos (a tal solução intermédia de que falei num post anterior), sendo que a sua utilização deve ser conciliada com o recurso a outras ferramentas e estratégias pedagógicas consideradas/entendidas como mais tradicionais. É neste contexto que penso enquadrar-se esta ferramenta, já que, não obstante processar-se com o recurso à internet, através desta, podemos desenvolver um tipo de actividade que, no meu entender, urge fomentar, ou seja, os trabalhos de grupo/equipe.
A escola deve preocupar-se com a formação do carácter do indivíduo, o saber ser, e, sobretudo, com a sua integração na sociedade, que as novas tecnologias vieram dificultar, na medida em que as pessoas tendem a isolar-se, até nos contactos que fazem, já não são pessoais mas sim à distância e de forma virtual (chats, etc).
No sentido de se colmatar esta gravosa tendência, penso que as escolas/professores devem promover todo o tipo de convívio, nomeadamente na promoção da realização de trabalhos de grupo, obrigando-os a vivenciar o real e não tanto o virtual, a conviver com pessoas e não tanto com máquinas.
Assim, através da realização de trabalhos em grupo, é possível desenvolver outra competência, que, no meu entender, é de primordial importância, a convivência social. É no sentido desta socialização que o grande pedagogo Roger Cousinet defende e privilegia o método de trabalho em grupos, já que permitem ao educando desenvolver e exercitar determinadas competências necessárias à convivência social como conversar, discutir, partilhar, ajudar, dividir tarefas, jogar, respeitar, responsabilizar, entre outras. Desta forma, é possível criar e desenvolver um conjunto diversificado de saberes/competências transversais e estruturantes a qualquer grupo/contexto social, o familiar, profissional, político, religioso, entre outros, facilitando a sua integração em qualquer um desses grupos.
Na verdade, se não é possível ao ser humano abstrair-se da sua condição enquanto Ser social, este deve aprender, o mais precocemente possível, a viver nessa condição, aprendendo a ultrapassar os desafios e dificuldades inerentes à vida em sociedade. Deve aprender a tirar partido daquilo que a sociedade tem de melhor para oferecer, aprendendo a discernir de forma adequada entre os múltiplos estímulos (bons e maus) que a sociedade apresenta. Por outro lado, no âmbito dos trabalhos em grupo, aprende a contribuir para essa mesma sociedade na medida em que aprende a colaborar, partilhar com os seus companheiros, e, desta forma, procede a uma aprendizagem da vida social.
Na verdade, no mundo em que vivemos, tendencialmente mais individualista, agravado, como já foi referido, pelas potencialidades das novas tecnologias, urge, hoje mais do que nunca, explorar este tipo de actividade. Posto isto, os professores devem, sempre que possível, promover a realização de trabalhos em grupo. Porém, no sentido de evitar outro novo fenómeno, ou seja, a realização de trabalhos de grupo efectuados através da Internet, os professores devem criar as condições que garantam a sua efectiva realização, fazendo, nomeadamente, com que estes se realizem em contexto de aula.

BIBLIOGRAFIA
COUSINET, Roger (1978). A Escola Nova, 4ª edição
http://www.portalwebquest.net/
IMAGEM:· http://zunal.com/conclusion.php?user=30503

AS NOVAS TECNOLOGIA E A MOTIVAÇÃO INTRÍNSECA

Este post visa fazer uma reflexão sobre um vídeo que a docente propôs para análise. Esse vídeo pretende alertar, no meu entender, para a massificação do uso das novas tecnologia. Assim, se é inegável e incontornável o fascínio que sobretudo os jovens nutrem pelas novas tecnologias, temos de explorar essas ferramentas, convertendo algumas das suas potencialidades colocando-as ao serviço da educação. Desta forma, é possível transformar algumas dessas ferramentas em excelentes instrumentos de trabalho/estratégias pedagógicas, quer para professores quer para os alunos. Estes potenciais recursos e estratégias pedagógicas permitem não só maior diversidade como também promovem um sistema de ensino-aprendizagem mais estimulante e aliciante, sobretudo para os alunos. Assim, ao promover o gosto pela aprendizagem, ou seja, em que o aluno esteja motivado para a realização da tarefa não só porque lhe permitirá atingir melhores resultados escolares (valor extrínseco), mas também porque sente prazer/satisfação na sua realização, está a promover a motivação intrínseca. Aliás, os investigadores defendem que a novidade, a variedade e carácter lúdico das tarefas podem ser usados como fonte de motivação intrínseca[1]. A promoção da motivação, sobretudo da intrínseca, no contexto escolar é fundamental para o sucesso dos alunos. Isto porque, o desempenho dos alunos não resulta apenas de factores intelectuais, as variáveis motivacionais são também determinantes (se não as mais importante) para o sucesso do aluno. Os alunos intrinsecamente motivados têm uma forma de pensar e agir que optimizam a aprendizagem na medida em que tomam a iniciativa, enfrentam os desafios, demonstram entusiasmo, curiosidade e interesse relativamente à aprendizagem. De referir também que estes alunos tendem a usar mais estratégias cognitivas e metacognitivas que resultam numa aprendizagem mais profunda.[2] Nesse sentido, os professores deverão adoptar todas as estratégias que estão ao seu alcance na promoção dessa motivação intrínseca. Contudo, deverão ter o especial cuidado em não desviar a atenção para os objectivos centrais das tarefas/actividades a realizar.
Por outro lado, se a nossa sociedade decidiu que temos
de dedicar mais de duas décadas à vida académica, vamos tornar o percurso o mais agradável possível. Estudar não tem de ser propriamente um sacrifício, uma “seca”. Está nas nossas mãos transformar este processo numa actividade aprazível. Penso que as novas tecnologia podem e devem dar o seu contributo.

CITAÇÕES BIBLIOGRÁFICAS:
[1] In apontamentos facultados pela docente da unidade curricular de Psicologia da Motivação e da Aprendizagem, Prof. Doutora Susana Caires (aula 6/7, 2008/2009).
[2] Idem, (aula 9).
Imagem:
http://emersonnolasco.blogspot.com/2007/05/computador-expe-crianas-leses.html

PARTILHAR CONHECIMENTOS

Tal como o vídeo anterior, este também foi realizado juntamente com o João e o Ricardo, no âmbito da unidade curricular de Introdução à Geografia. Aqui, também foi pretensão nossa aproveitar os conhecimentos adquiridos nesta unidade curricular e proporcionar uma apresentação mais original, mais diversificada e mais apelativa. Foi também uma oportunidade para dar a conhecer aos nossos colegas e docente dessa unidade curricular, algumas destas ferramentas digitais.
Aqui, a apresentação do trabalho sobre o Vulcão dos Capelinhos constou de uma prévia apresentação sobre o vulcanismo, esta feita em power-point, ao que se seguiu a apresentação do caso particular do Vulcão dos Capelinhos com o Vídeo acima publicado
.

DIVERSIFICAR ESTRATÉGIAS




O vídeo publicado neste post, intitulado "O Insucesso Escolar", foi realizado juntamente com os meus colegas Ricardo e João no âmbito da unidade curricular Psicologia da Educação e da Aprendizagem. Este vídeo, de cerca de 1,14 minutos, funcionou como nota introdutória na apresentação de um trabalho sobre o estudo auto-regulado. Assim, a prévia apresentação do vídeo serviu para introduzir o tema, retratando o estado da educação/ensino em Portugal, alguns indicadores dentro da Europa, a questão do insucesso, e, por último, as causas que poderão estar na sua origem. Entre estas, importa aqui relevar as relacionadas com os métodos de estudo, problema para o qual a escola pode e deve ter soluções. Após esta breve introdução em vídeo, a apresentação do trabalho seguiu-se com o recurso a um power-point, que serviu de apoio à abordagem do tema propriamente dito, ou seja, os métodos de estudo. Desta forma, foi possível explorar e exercitar alguns conhecimentos adquiridos nesta unidade curricular, fazer uma apresentação mais original e apelativa. Foi também possível concluir que, através de um pequeno vídeo, é possível transmitir grandes/profundas mensagens. Esta pode ser uma estratégia para lançar um debate sobre múltiplas temáticas, sugerir uma reflexão crítica, entre outras. Aliás, esta foi uma das estratégias adoptada pela docente desta unidade curricular, a Prof. Doutora Maria João Gomes.

O SOCIAL BOOKMARKING, UMA BIBLIOTECA DIGITAL

O Social Bookmarking é um sistema de bookmarks (também conhecido como favoritos ou marcadores) online, público e gratuito, que permite criar a nossa lista de favoritos na Internet à qual podemos aceder a partir de qualquer computador com acesso à Net. Através desta ferramenta é também possível partilhar a nossa lista com outros utilizadores. Através das tags é possível pesquisar quer nas nossas tags, quer nas tags dos outros utilizadores. Deste modo, podemos encontrar pessoas com os mesmos interesses e aceder a novos sites relacionados com o mesmo assunto, promovendo, desta forma, uma partilha e cooperação em rede.
Para informações mais detalhadas sobre o assunto clique em http://pt.wikipedia.org/wiki/Delicious

CIBER-OPORTUNIDADES "VERSUS" CIBER-PERIGOS

A WWW constitui uma inegável fonte de oportunidades aos mais diversos níveis. Exemplificando: a nível económico, oportunidade de negócios/novos mercados; a nível social, igualdade de oportunidades de acesso a informação até então limitada a grupos privilegiados; A nível político, oportunidades de opinar e intervir; A nível cultural, oportunidade de aceder e visitar vários museus, ainda que de forma virtual; A nível tecnológico, aceder a informação e ferramentas digitais.
Porém, constitui também uma fonte de oportunidades para o ciber-bullying, a ciber-fraude, o ciber-plágio, a ciber-pedofilia, (etc) e a ciberomania.
Desta forma, a WWW traduz-se numa dualidade de oportunidades, negativas e positivas. Oportunidade para aprender, conhecer, fazer, partilhar, socializar, visitar, solidarizar, ajudar, participar, informar, expressar, intervir, denunciar, visitar, casar, namorar, ganhar, jogar, cumprir, divertir, contribuir, construir, mas também injuriar, desintegrar, isolar, caluniar, insultar, desonrar, plagiar, desviar, roubar, desinformar, violar, enganar, destruir, deprimir, mentir, agredir, e, até……..matar. Mas, como diz o ditado popular "para grandes males, grandes remédios", neste caso, o grande "remédio" passa
por informar, sensibilizar, esclarecer, alertar, discernir, responsabilizar, (etc), ou seja, ....educar.

Quadros Interactivos, as Salas do Futuro ou Presente?

O Quadro Interactivo surge em substituição dos tradicionais quadros negros e de tinta. Este constitui uma superfície que pode reconhecer a escrita electronicamente, necessitando, para isso, de um computador. Estes podem ser utilizados não só em sala de aulas mas também escritórios, entre outros. Alguns quadros interactivos permitem também a interacção com uma imagem de computador projectada. Os quadros electrónicos são usados para capturar apontamentos escritos na superfície do quadro, utilizando canetas próprias e/ou para controlar (seleccionar e arrastar) ou marcar notas ou apontamentos numa imagem gerada por computador e projectada no quadro através de um projector digital.
O quadro interactivo pode controlar o computador através de sensores existentes nesse quadro que permitem atrair o cursor do rato para essa superfície. Existem três tipos diferentes de quadros interactivos com diferentes formas de exercer controlo sobre o computador, os electromagnéticos, os sensíveis ao toque e os infravermelhos.
Esta plataforma liga-se ao computador por USB, pela porta de série ou por Bluetooth. Os videoprojectores que são usados nos quadros interactivos podem também ser ligados a um leitor de vídeo ou a um leitor de DVD tornando desnecessário a existência de telivisão numa sala de aulas. Através desta plataforma é possível gravar todos os trabalhos aí desenvolvidos, assim como, apontamentos dos professores que podem ser revistos em qualquer momento. Esta função é bastante vantajosa não só para os professores que podem rever o desempenho dos alunos, mas também para os alunos que por qualquer razão não puderam assistir às aulas. Toda esta informação fica gravada em ficheiros onde constará a apresentação exacta da matéria que ocorreu na sala de aula, assim como as instruções dadas pelo professor em formato áudio. Tudo isto pode ajudar a transformar a aprendizagem e a cimentar os conhecimentos adquiridos.
A propósito dos quadros interactivos, penso ser este um processo que se enquadra nas tais medidas radicais de que falei num post anterior, na medida em que constitui uma reforma para a qual a sociedade ainda não está devidamente preparada. A ausência de formação e preparação dos seus utilizadores, mais concretamente dos professores, resulta numa clivagem entre os custos que tal investimentos implicou e o seu efectivo aproveitamento.



terça-feira, 19 de maio de 2009

O "SABER " E O "FAZER" AO SERVIÇO DA COMUNIDADE


O Robobraille consiste num programa que converte, gratuitamente, textos verbal escrito para formato digital em áudio MP3 e Braille. Este serviço foi concebido por um consórcio de empresas e instituições de vários países entre os quais se encontra Portugal. Aqui, a instituição participante neste projecto é o CIDEF (Centro de Inovação para Deficientes). Tal como outras ferramentas digitais, embora não tenha sido concebida a pensar no ensino, esta pode ser utilizada enquanto recurso e estratégia pedagógica, permitindo diversificar as metodologias de ensino e, desta forma, aumentar a motivação dos alunos para a aprendizagem. Com o Robobraille é possível complementar uma série de trabalhos produzidos no Movie Maker ou no Photo Story, dando voz a uma série de imagens ou vídeos. Para receber o documento em formato áudio MP3, basta enviar um documento (HTML, WORD, TXT ou RTF) por e-mail para textoparavoz@robobraille.org com o documento em anexo e esperar uns escassos minutos. Se pretender receber o texto em formato Braille, o processo é o mesmo só que enviado para textoparabraille@robobraille.org.
Gostaria de fazer algumas considerações relativamente ao projecto CIDEF, acima mencionado. É bom saber que existem pessoas e mesmo instituições que canalizam todas as suas capacidades intelectuais e recursos ao serviço dos menos capazes. Infelizmente este fenómeno não é uma norma, ainda faz parte de uma restrita lista de excepções.
Penso que também a este nível, nós, futuros professores, temos um importante papel a desempenhar. Temos de contribuir para um sistema de ensino-aprendizagem direccionado não só para a vertente técnico-cognitivo (a formação de operários para fábricas) mas também para a relevante formação ético-moral
[1], ou seja, a formação de cidadãos para a sociedade, como refere Leandro (1991), o “saber ser”[2]. A lacuna relativamente a este tipo de formação pode inviabilizar a formação ao nível do saber e do saber fazer. Aliás, pode não só tornar-se inútil como até perigosa, já que corre-se o risco daquelas competências serem colocadas ao serviço de actividades menos dignas e até ilícitas. Aliás, a crise que actualmente vivenciamos é bem o reflexo desse fenómeno, já que esta foi gerada por pessoas que apesar de serem peritas no saber e no fazer, não souberam, contudo, saber ser, canalizando toda a sua formação e perícia não para o bem comum, mas sim para satisfação de desmedidas ambições pessoais. Assim, os que estavam expectantes relativamente a uma sociedade onde singram os que melhor sabem e melhor fazem confrontam-se agora com uma sociedade onde singram os que melhor roubam, ou seja, os que melhor sabem fazer burlas. E porquê? Porque a sociedade preparou-os para melhor saber e fazer mas não para o saber ser, ou melhor, ensinou-os a saber ser… ladrões.
Reformulando o título deste post, O "SABER" E O "FAZER" A SERVIR-SE DA COMUNIDADE.

BIBLIOGRAFIA
[1] Apontamentos disponibilizados pelo docente da unidade curricular de Sociologia da Educação Prof. Doutor Carlos Gomes (2008/09).
[2] BARROS, A. M., ALMEIDA, L. S. (1991). “Dimensões Sociocognitivas do Desempenho Escolar”, In ALMEIDA, Leandro S. (Ed.). Cognição e Aprendizagem Escolar, Porto: Associação dos Psicólogos Portugueses, pp. 87-97.

domingo, 17 de maio de 2009

O MAGALHANÊS

"Não podemos imaginar a educação de uma criança afastada da realidade nem persistir em atitudes educativas do passado que não se adaptem ao mundo de hoje. O computador, e as possibilidades que ele cria, é uma realidade inegável e com a qual as crianças se devem familiarizar desde pequenas, sem no entanto esquecermos o significado e a importância que a brincadeira com carrinhos, bonecas, construções, aos polícias e ladrões, aos pais e às mães, têm no desenvolvimento e equilíbrio emocional. "

BIBLIOGRAFIA

In Diciopédia, Porto: Porto Editora, 2007.

EDUCAR, BLOGANDO

O Weblog, termo utilizado pela primeira vez em 1997 por Jorn Barger, é uma página na Web que se pressupõe ser assiduamente/regularmente actualizada através dos designados “posts”, apresentados de forma cronológica e que podem assumir a forma de texto e/ou imagens. Podem ainda conter links para sites de interesse particular sobre determinada temática, bem como algumas reflexões do seu autor. Esta plataforma digital surge com as mais variadas finalidades, designadamente a lúdica, informativa, política, desportiva, religiosa, entre outras. No que concerne à sua funcionalidade pedagógica, e enquanto recurso pedagógico, estes podem funcionar como: - Espaço de acesso a informação especializada; - Espaço de disponibilização de informação por parte do professor. Enquanto estratégia pedagógica podem funcionar como: - Portfólio digital; -Espaço de intercâmbio e colaboração; - Espaço de debate; - Espaço de integração. A título de curiosidade e, relativamente à utilização dos Blogs no âmbito educacional, tudo parece indicar que a sua primeira experiência, em Portugal, terá ocorrido na Universidade do Minho, mais concretamente no Mestrado em Informação e Jornalismo. Bibliografia: GOMES, Maria João (2005). Blogs: um recurso e uma estratégia pedagógica. Braga: Universidade do Minho – Centro de Investigação em Educação.

PRÓS E CONTRA, O CAMINHO PARA UMA SOLUÇÃO INTERMÉDIA

São visíveis, ainda, algumas resistências relativamente ao uso das novas tecnologias no contexto escolar. Várias poderão ser as razões apontadas para tais resistências, nomeadamente o desconhecimento das suas reais potencialidades, o receio que estas promovam o desaparecimento de determinados valores, a desumanização da sala de aulas, entre outras.
Estas resistências não são novas, elas estiveram sempre presentes em todos os momentos em que se operaram reformas aos mais diversos níveis. No entanto, penso que essas resistências, embora muitas vezes geradoras de conflitos (velho/novo; tradicional/moderno; conservador/inovador; etc.), podem ser benéficas e até necessárias, já que permitem, de certa forma, alguma filtragem das propostas inovadoras, evitando-se mudanças radicais.
Na verdade, quer o fenómeno da globalização, quer as potencialidades
proporcionadas pelas novas tecnologias, às quais se atribui a emergência da Era da Informação, provocaram um acelerar dos processos de mudanças sociais. Desta forma, estas resistências impedem que estas mudanças se processem de forma abrupta, permitindo um desacelerar e até filtrar das múltiplas propostas de reformas, facilitando uma adaptação gradual e equilibrada a essas alterações. Obrigam, pois, à adopção de soluções intermédias.
A este propósito, Phenix defende que o currículo deveria ser elaborado com especial cuidado, considerando que este deveria ser planificado de forma a opor-se a determinados fenómenos, entre os quais se destaca o cepticismo, a despersonalização, a fragmentação e, aquele que importa neste contexto relevar, as transformações rápidas.
[1]
BIBLIOGRAFIA
[1] In PARASKEVA, J. (2007). Ideologia, Cultura e Currículo. Lisboa: Plântano Editora, S.A., p.152.

SINAIS DOS TEMPOS

”A educação é inseparável da evolução social, constitui uma das forças que a determinam. A finalidade própria da educação e os seus métodos devem ser, pois, constantemente revistas, à medida que a ciência e a experiência aumentam o nosso conhecimento da criança, do homem e da sociedade.”[1]

Segundo Hargreaves, as regras do mundo estão a mudar e no ensino, o trabalho nunca está acabado, pode sempre fazer-se mais, as coisas podem sempre ser melhoradas […]”.[2] Aliás, não só podem como devem, no sentido de fazer face aos novos desafios que a sociedade, em galopante mudança, propõe. Estas mudanças manifestam-se aos mais diversos níveis e no ensino elas são bem visíveis. Porém, o fenómeno mais marcante e de maior impacto nas sociedades actuais foi a designada revolução tecnológica, que abriu as portas a uma nova era, a Era da Informação. Na verdade, não muito longe vão os tempos em que os professores e os manuais escolares constituíam, praticamente, a única fonte de conhecimento. Actualmente, com os avanços tecnológicos, é possível aceder, de forma rápida e até gratuita, a uma multiplicidade de fontes de informação. Este fenómeno, na medida em que provocou grandes alterações no tempo social, acelerando os seus ritmos de mudança, obrigam a constantes reformas do sistema educativo no sentido de reformular não só os conteúdos como também as práticas pedagógicas de forma a responderem aos actuais desafios.
No que diz respeito aos professores, já não é expectável que estes se limitem a dissertar/expor os seus conhecimentos para uma plateia de alunos que, passivamente, tentam interiorizar, muitas vezes sem perceber, uma série de conhecimentos. Do professor espera-se, fundamentalmente, que apoie os alunos a chegarem a determinados conhecimentos que se pretende que estes adquiram. Desta forma, mais do que transmitir uma série de saberes, o professor deve adoptar as estratégias e ferramentas mais adequadas à exploração e exercício de determinadas competências que possibilite ao aluno a chegada a esses conhecimentos, e/ou ensinar a gerir e explorar a quantidade de informação que o aluno tem agora à sua disposição.
Relativamente aos manuais, especificamente os de história, já não se espera que estes contenham toda a informação que o aluno deve aprender, já não são vistos como um ponto de chegada mas sim como um ponto de partida orientador para uma constelação de fontes de informação, que se espera que o aluno aprenda a explorar, nomeadamente páginas na Internet, enciclopédias, dicionários temáticos, vídeos, entre outros.
Desta forma, os manuais, especificamente os de História, funcionam como um guia onde constam os conhecimentos básicos e estruturantes para uma análise mais especializada que deverá ser efectuada através do recurso a outras fontes. A exploração destas múltiplas fontes contará com o apoio do professor, que deverá criar as tarefas mais adequadas no sentido de exercitar as competências necessárias à sua eficiente exploração. Visto como um orientador, na procura do melhor itinerário que conduza ao destino que se pretende atingir, o professor funciona como um instrutor de condução que ensina os alunos a saber interpretar os sinais existentes nas múltiplas vias da informação, que permita uma chegada ao destino da forma mais satisfatória, segura e célere possível. Para o aluno aprender a conduzir, não é necessário que este conheça todas as estradas ou vias de comunicação, basta-lhe saber interpretar os sinais e estará apto a conduzir e orientar-se, grosso modo, em qualquer parte do mundo.
A expressão ensino-aprendizagem é bem elucidativo destas transformações sugeridas pelo novo sistema de ensino, em que o aluno deixa de ser exclusivamente um objecto passivo de ensino, para passar a ser, também, um sujeito activo de aprendizagem. Contudo, estas metodologias não são novas nem tão pouco resultantes da Era da Informação. A designada Educação Nova defende estas metodologias de ensino há mais de um século.
Todavia, não obstante a maioria reconhecer os benefícios inerentes à Educação Nova, esta, ainda hoje, não é uma realidade. A pedagogia educativa exercida nas escolas encontra-se, grosso modo, acorrentada às pedagogias tradicionais. Contudo, penso que as potencialidades proporcionadas pelas novas tecnologias poderão traduzir-se num virar de página, funcionando como um importante veículo e estímulo na concretização do tão almejado modelo de ensino.

BIBLIOGRAFIA
[1] MONTEIRO, A. Monteiro, História da Educação, Porto Editora, p.79.
[2] HARGREAVES, A.(1998). Os Professores em Tempo de Mudança – o Trabalho e a Cultura dos Professores na Idade Pós-Moderna, Lisboa: McgrawHill de Portugal. P.296

Bem-Vindos ao Choque Tecnológico


Este Blog surge no âmbito da unidade curricular de Tecnologias Educativas integrada no Mestrado Ensino História e Geografia da Universidade do Minho. Visando este curso preparar os futuros professores, dotando-os de um maior leque de conhecimentos e competências possíveis no sentido de um melhor desempenho das suas futuras funções, esta disciplina pretende fazê-lo no âmbito das novas tecnologias. Nesse sentido, a criação deste Blog visa precisamente ensinar os futuros professores a explorar esta ferramenta informática nas suas múltiplas vertentes funcionais, mais concretamente, enquanto recurso e estratégia pedagógica.
Neste espaço, serão feitas algumas reflexões sobre temas relacionados com a exploração das novas tecnologias no contexto escolar, alguns propostos pela docente da unidade curricular, a Prof. Doutora Maria João Gomes, assim como outros temas relacionados com o sistema educativo.