sexta-feira, 10 de julho de 2009

A WEBQUEST, A PROCURA DE UMA SOLUÇÃO INTERMÉDIA

Como já foi referido em posts anteriores, não é possível negar que a sociedade em geral e os jovens em particular estão rendidos às novas tecnologias, sobretudo as relacionadas com a WWW. Esta ferramenta informática permite aceder de forma rápida a uma multiplicidade de fontes de informação, sendo que esta pode ser boa ou má, positiva ou negativa. Conscientes desta realidade, e perante a necessidade de orientar os jovens na pesquisa, exploração, selecção e tratamento dessa informação, criou-se a WebQuest. Aliás, contrariamente a outras ferramentas digitais anteriormente abordadas, esta foi criada a pensar no sistema educativo. Esta estratégia educativa foi criada em Fevereiro de 1995 pelo Professor da Universidade de São Diego, Bernie Dodge, em colaboração com o seu ex-aluno Thomas March.
Para desenvolver uma WebQuest é necessário criar um
site que pode ser construído com um editor de HTML, serviço de blog ou até mesmo com um editor de texto que possa ser salvo como página da Web. A WebQuest, para ser considerada como tal, deverá constar de uma Introdução, Tarefa, Processo, Recursos, Avaliação e Conclusão.
Como já ficou claro com o Magalhanês, se é um facto que as novas tecnologia são imprescindíveis nos dias de hoje, estas não devem ser excluídas nos primeiros anos da aprendizagem. Os alunos devem ser educados, o mais precocemente possível, para a sua correcta utilização. Eles devem ser sensibilizados, não só para as suas potencialidades no seu processo de aprendizagem, mas também para os seus perigos. Ficou também claro que, não obstante essas necessidades, não devemos cair em radicalismos (a tal solução intermédia de que falei num post anterior), sendo que a sua utilização deve ser conciliada com o recurso a outras ferramentas e estratégias pedagógicas consideradas/entendidas como mais tradicionais. É neste contexto que penso enquadrar-se esta ferramenta, já que, não obstante processar-se com o recurso à internet, através desta, podemos desenvolver um tipo de actividade que, no meu entender, urge fomentar, ou seja, os trabalhos de grupo/equipe.
A escola deve preocupar-se com a formação do carácter do indivíduo, o saber ser, e, sobretudo, com a sua integração na sociedade, que as novas tecnologias vieram dificultar, na medida em que as pessoas tendem a isolar-se, até nos contactos que fazem, já não são pessoais mas sim à distância e de forma virtual (chats, etc).
No sentido de se colmatar esta gravosa tendência, penso que as escolas/professores devem promover todo o tipo de convívio, nomeadamente na promoção da realização de trabalhos de grupo, obrigando-os a vivenciar o real e não tanto o virtual, a conviver com pessoas e não tanto com máquinas.
Assim, através da realização de trabalhos em grupo, é possível desenvolver outra competência, que, no meu entender, é de primordial importância, a convivência social. É no sentido desta socialização que o grande pedagogo Roger Cousinet defende e privilegia o método de trabalho em grupos, já que permitem ao educando desenvolver e exercitar determinadas competências necessárias à convivência social como conversar, discutir, partilhar, ajudar, dividir tarefas, jogar, respeitar, responsabilizar, entre outras. Desta forma, é possível criar e desenvolver um conjunto diversificado de saberes/competências transversais e estruturantes a qualquer grupo/contexto social, o familiar, profissional, político, religioso, entre outros, facilitando a sua integração em qualquer um desses grupos.
Na verdade, se não é possível ao ser humano abstrair-se da sua condição enquanto Ser social, este deve aprender, o mais precocemente possível, a viver nessa condição, aprendendo a ultrapassar os desafios e dificuldades inerentes à vida em sociedade. Deve aprender a tirar partido daquilo que a sociedade tem de melhor para oferecer, aprendendo a discernir de forma adequada entre os múltiplos estímulos (bons e maus) que a sociedade apresenta. Por outro lado, no âmbito dos trabalhos em grupo, aprende a contribuir para essa mesma sociedade na medida em que aprende a colaborar, partilhar com os seus companheiros, e, desta forma, procede a uma aprendizagem da vida social.
Na verdade, no mundo em que vivemos, tendencialmente mais individualista, agravado, como já foi referido, pelas potencialidades das novas tecnologias, urge, hoje mais do que nunca, explorar este tipo de actividade. Posto isto, os professores devem, sempre que possível, promover a realização de trabalhos em grupo. Porém, no sentido de evitar outro novo fenómeno, ou seja, a realização de trabalhos de grupo efectuados através da Internet, os professores devem criar as condições que garantam a sua efectiva realização, fazendo, nomeadamente, com que estes se realizem em contexto de aula.

BIBLIOGRAFIA
COUSINET, Roger (1978). A Escola Nova, 4ª edição
http://www.portalwebquest.net/
IMAGEM:· http://zunal.com/conclusion.php?user=30503

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